Declaração da vinda de Ahmadinejad sob a ótica da esquerda judaica

Declaração da vinda de Ahmadinejad sob a ótica da esquerda judaica

Antes de começar qualquer tipo de reflexão ou discussão uso como base de argumentação o uso da paz para se construir a paz, ou no caso, critico a intolerancia para se combater a intolerancia.
Dia 6 de maio está prevista a chegada do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em solo brasileiro, este será recebido com honras e glórias de lider de Estado pelas mãos de nosso polemico presidente Luis Inacio Lula da Silva. Meu primeiro questionamento com relação a esta visita pode ser entendido como, sera que a diplomacia comercial pode ser sustentada acima do sentimento de humilhação de diversas culturas que foram de maneira muito aberta ofendidas por Ahmadinejad? Acho que a resposta é muito clara, a igualdade entre os povos foi severamente perturbada por todas essas afirmações, particularmente uma das que mais me choca como ser humano, não como brasileiro ou judeu, mas como ser humano, é a tão discutida negação do holocausto, que matou não somente 6 milhões de judeus como é de conhecimento histórico, mas que matou uma parte da humanidade, que destruiu o orgulho nacional, que vitimou muitos povos e culturas e principalmente provou que um sentimento de ódio somente poderia gerar ainda mais ódio e violencia pelo mundo. Ainda hoje passados 60 anos deste episódio perturbador, vivem centenas de sobreviventes com suas memórias trágicas e carregando uma bagagem de terror na sua existencia, estes que ainda choram ao sentirem a dor de suas tatuagens cravadas em seus braços já velhos e sem forças; Como negar a história dessas pessoas, atirar seus sentimentos ao ar sem remorso. Omitir-se da história e da luta é nada mais do que se tornar cumplice da grande tragédia.
Outra postura chocante do presidente iraniano foi referir-se a Israel como país imperialista e destruidor do Oriente Médio, dizendo ainda que Israel deveria ser varrido do mapa. O que de fato me incomoda são as suas afirmações sem lógica, sem pudor e principalmente intolerantes. Um líder ditador que poderia ser chamado de fascista e que se esconde atras da religião e do fundamentalismo para justificar suas afirmações.
Sou o primeiro a pedir a proibição da vinda de Ahmadinejad ao Brasil, mas peço a todos os brasileiros que acreditam em um processo de paz que tratem o tema com tolerancia dando um exemplo de virtude ao presidente intolerante. Estou cansado de ouvir as pessoas se mobilizando pela causa certa, mas tratando do tema com as ferramentas erradas. Vamos nos unir sim contra a vinda dele ao Brasil, mas protestando pacificamente e dando uma aula de educação e responsabilidade social a todos os líderes mundiais. Declaro nesse documento que sou um brasileiro e judeu sionista e por maior que seja meu sentimento nacional com relação a Israel não posso compactuar de seus crimes de guerra ou de suas ações abusivas. Tenho um olhar critico diante da situação, vejo a radicalização tomando contas dos dois lados e levando o processo de paz para caminhos opostos, mas mais do que nada impedindo o desenvolvimento humano no mundo. Vamos gritar sim contra Ahmadinejad, mas vamos repensar nossos atos ao mesmo tempo, como nos mobilizamos para impedir essa situação de guerra? Vamos pensar como criticamos o lado oposto e somos intransigentes ao que diz respeito a aceitação de que também erramos?
Termino o documento pedindo paz, tolerancia e mobilização individual para um dia quem sabe criarmos um Estado Palestino e um Estado Judeu que vivam em paz e harmonia e que sirvam de exemplo para todo o mundo.
CHAZAK VE EMATZ
Jacks Semer Gandelsman