"SHAVUOT"
Rabino Nilton Bonder
Uma importante e invisível contribuição judaica na construção da civilização foi a consagração da semana como medida de tempo existencial.
O dia, o mês e o ano têm magnitudes impróprias para a experiência da vida.O dia é breve demais, o mês longo demais e o ano, apesar de significativo para a memória, é uma medida por demais abstrata.
Não há relevância temporal maior do que a semana. Nela enxergamos o que fizemos e nela sentimos que exercemos nossa existência.
O descanso semanal é, portanto, a celebração da existência. Festejamos esse momento com um descanso que é uma espécie de jubilação existencial: vivi e exerci a mim mesmo e usufruo do esplendor deste cumprimento. E a festa de Shavuot, a festa das semanas, tem relação com este significado.
As sete semanas, a semana de semanas, que conecta a primavera com os preâmbulos do verão, o semear com os preâmbulos da colheita, não seria apenas a aritmética de chegar-se da liberdade do Pessach ao recebimento da Torá.
A liberdade representa existencialmente os dias da semana com suas deliberações e escolhas. Plantios dos quais colhemos ou não, medida de sucessos e fracassos, produção e destruição.
A Torá, por sua vez, é o shabat desta meta-semana (Shavuot). Na Torá descansa e festeja o ser humano de sua função de peão da vida. Sua fisicalidade descansa no espírito; sua finitude encontra sossego em não ter que provar-se; suas dúvidas se desvanecem no estudo ao invés da labuta.
Essa meta-semana, Shavuot, semana de semanas, é um registro existencial.É festa não apenas do vigor da vida, mas de seu sentido intrínseco.
Agradecemos à Criação que nos deu vida e sustento, agradecemos à Tora que nos deu descanso e sentido.
E assim se sucedem as semanas desde o passado ancestral ao futuro remoto.
Rabino Nilton Bonder
Uma importante e invisível contribuição judaica na construção da civilização foi a consagração da semana como medida de tempo existencial.
O dia, o mês e o ano têm magnitudes impróprias para a experiência da vida.O dia é breve demais, o mês longo demais e o ano, apesar de significativo para a memória, é uma medida por demais abstrata.
Não há relevância temporal maior do que a semana. Nela enxergamos o que fizemos e nela sentimos que exercemos nossa existência.
O descanso semanal é, portanto, a celebração da existência. Festejamos esse momento com um descanso que é uma espécie de jubilação existencial: vivi e exerci a mim mesmo e usufruo do esplendor deste cumprimento. E a festa de Shavuot, a festa das semanas, tem relação com este significado.
As sete semanas, a semana de semanas, que conecta a primavera com os preâmbulos do verão, o semear com os preâmbulos da colheita, não seria apenas a aritmética de chegar-se da liberdade do Pessach ao recebimento da Torá.
A liberdade representa existencialmente os dias da semana com suas deliberações e escolhas. Plantios dos quais colhemos ou não, medida de sucessos e fracassos, produção e destruição.
A Torá, por sua vez, é o shabat desta meta-semana (Shavuot). Na Torá descansa e festeja o ser humano de sua função de peão da vida. Sua fisicalidade descansa no espírito; sua finitude encontra sossego em não ter que provar-se; suas dúvidas se desvanecem no estudo ao invés da labuta.
Essa meta-semana, Shavuot, semana de semanas, é um registro existencial.É festa não apenas do vigor da vida, mas de seu sentido intrínseco.
Agradecemos à Criação que nos deu vida e sustento, agradecemos à Tora que nos deu descanso e sentido.
E assim se sucedem as semanas desde o passado ancestral ao futuro remoto.
Rabino Nilton Bonder
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